Reciclagem de lixo eletrônico no Brasil

Como funciona a reciclagem de lixo eletrônico

Apesar de possibilitar ganho de produtividade e um maior acesso ao entretenimento e comunicação, o efeito negativo dessa evolução é o aumento significativo do lixo eletrônico – o que se deve à aceleração da vida útil dos aparelhos tecnológicos que ganham atualizações e novas funcionalidades cada vez mais rápido. Esse processo faz com que a quantidade de lixo eletrônico despejada no meio ambiente aumente consideravelmente.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que a geração mundial de lixo eletrônico, também conhecido como e-lixo, alcance a ordem de dezenas de milhões de toneladas anuais. Os materiais encontrados em aparelhos eletroeletrônicos são compostos por resíduos e substâncias nocivas à saúde das pessoas e ao meio ambiente.

O lixo eletrônico representa crescente risco ao meio ambiente e à saúde humana, alerta a Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com relatório da United Nations University, o mundo produziu cerca de 41,8 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Apenas no Brasil, estima-se que foi produzido aproximadamente 1,4 milhão de toneladas. Em 2018, a expectativa global é de atingir a marca de 50 milhões de toneladas.

 Portanto, Diante dessa realidade , a reciclagem de lixo eletrônico, torna-se uma alternativa sustentável, a solução para evitar ou diminuir os danos ao meio ambiente é a reciclagem do lixo eletrônico e seus componentes. A reciclagem consiste em uma série de atividades que têm como objetivo aproveitar os detritos de um objeto e reutilizá-los como matéria-prima no processo industrial.

O processo de reciclagem do lixo eletrônico começa com a coleta ou recebimento do material. Em seguida, os aparelhos são desmontados por um processo chamado manufatura reversa, que é o movimento inverso ao de uma linha de montagem. Cada material é classificado de acordo com categorias, por exemplo: plásticos, metais, placas de circuito, vidros, metais pesados, elementos químicos, etc.

Os materiais que podem ser reciclados são encaminhados para esse fim. A reciclagem de lixo eletrônico pode ser realizada nos centros que realizam a separação ou em empresas especializadas em cada tipo de material. O material a ser reciclado é reduzido por trituração ou compactação para reduzir os custos com transporte.

Reciclagem de lixo eletrônico no Brasil e no mundo

Para solucionar o problema do e-lixo, países desenvolvidos enviam enormes quantidades deste material aos países subdesenvolvidos, onde a reciclagem do lixo eletrônico deveria ocorrer de forma adequada, o que quase sempre não acontece. Países como Índia, China e Vietnã são exemplos de depósitos de e-lixo, onde resíduos industriais causam a contaminação do solo e dos rios, prejudicando o meio ambiente e a saúde da população local.

No Brasil, existem os postos coletores, mercados e revendedores de produtos eletrônicos que aceitam os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE). O país vem investindo para aumentar sua capacidade de reciclagem de lixo eletrônico.

Como funciona o processo de reciclagem de lixo eletrônico

Após a coleta do e-lixo, o processo de reciclagem de lixo eletrônico começa por uma triagem, que pode ser feita manualmente ou por um computador. É feita a separação dos equipamentos em condições de uso, que podem ser doados ou vendidos, dos que não podem ser reutilizados.

Em seguida, os aparelhos são desmontados, e a carcaça, a bateria, o vidro e as placas de circuito são separados e cada componente terá um destino diferente.

  • Carcaça: é triturada e separada por material de acordo com a sua densidade. Depois disso, os resíduos podem ser vendidos para outras empresas que utilizam os polímeros presentes nesses objetos, bem como incinerados para gerar energia ou podem ser derretidos e transformados em outro plástico. Este material reciclado apresenta desempenho satisfatório em testes de resistência mecânica.
  • Vidro: encontrado em telas de celular e monitores, este material possui diferentes componentes, como chumbo e arsênio. São separados por tipo de vidro ou passam por um processo de moagem e tratamento. Podem ser vendidos para empresas que o utilizam como matéria-prima.
  • Baterias: são separadas e destinadas a empresas específicas que farão o descarte correto ou a reciclagem.
  • Materiais tóxicos: são colocados em tanques preparados para armazenar esse tipo de resíduo e são destinados a empresas especializadas.
  • Placas de Circuito Impresso: Existem várias técnicas para a reciclagem dos materiais das PCIs, no entanto essas técnicas consomem muita energia e material e podem ser poluentes. No Brasil ainda não há processo de reciclagem para a PCI. Ela é encaminhada para outros países como EUA e Suíça.

Tipos de reciclagem

Existem três tipos de reciclagem para as placas de circuito: mecânico, químico ou térmico.

Reciclagem mecânica: ocorre a diminuição do tamanho do material e a fragmentação do objeto, que passa pela fase de britagem e moagem. Em seguida, os resíduos passam por peneiras, classificadores mecânicos que separam os materiais por granulometria. Por fim, passam por uma separação por densidade magnética – esse processo separa os fragmentos magnéticos  dos não magnéticos. Os não-magnéticos passam por uma separação eletrostática, separando condutores de materiais dos não condutores de corrente elétrica, como polímero e cerâmico.

Reciclagem química: consiste na extração dos metais com o uso da lixiviação, usando água-régia (75% de ácido clorídrico e 25% de ácido nítrico) ou ácido-sulfúrico, obtendo-se frações pesadas (metais) e frações leves (plásticos e cerâmicos).

Reciclagem térmica: converte os metais em diferentes estados de pureza ao passarem por altas temperaturas. O processo exige grande energia para incinerar as placas e obter um metal concentrado, que segue para outro processo de separação: a eletrostática.

A LogReversa possui expertise operacional e conhecimento de cadeias logísticas de abrangência nacional as quais, interligadas pelo nosso sistema exclusivo e inovador, formam uma rede eficiente, abrangente, de custos reduzidos – graças ao compartilhamento de ativos op. entre os diversos clientes – e totalmente rastreável e certificada.